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Marinheira de primeira Viagem – Embarcação: Jornalismo Literário

Um relato pessoal sobre a experiência de cursar a pós-graduação em Jornalismo Literário

O DIA DA EMBARCAÇÃO

Sexta-feira, 23 de março de 2015. Faltava pouco para as 17:00 horas. Pensava eu: Ufa, deu tempo! Afinal é o dia do rodízio do meu carro. A aula começa as 19:00 horas. O que faria eu, por duas horas, num lugar novo, desconhecido, onde eu chegara com minhas expectativas lá no alto e com uma ansiedade que agitava o lado esquerdo de meu peito?

Fui gentilmente recepcionada por um rapaz que me perguntou:

- Você veio para qual curso?

- Para o curso de Jornalismo Literário.

- Ah sim, o Prof. Ed me avisou que uma pessoa chegaria bem mais cedo. Prazer, eu sou o José. Fique à vontade. Quer que eu te acompanhe até a sala?

Foi uma recepção calorosa que, de cara, diminuiu minha ansiedade e fez-me sentir parte daquele espaço gigante que, em algumas horas, iria fazer parte de uma nova e deliciosa história em minha vida, ou melhor, de uma viagem inesquecível!

José é o coordenador do espaço Grupo Phorte. Levou-me até a sala de aula que fica no terceiro andar, apresentou a sala dizendo que lá iriam acontecer todas as aulas. Gentilmente, disse que não teria problema se eu deixasse meus pertences na sala, pois não haveria perigo. Ainda disse que lá embaixo (no térreo) há um café, onde eu também poderia aguardar.

- Muito obrigada José! Vou ficar um pouco por aqui, ajeitar minhas coisas e já-já eu desço!

Fiquei só na sala. Ajeitei meus pertences: bolsa, livros, notebook, caderno de anotações, estojo e caneta vermelha sob o bloco de anotações. Tudo na primeira cadeira da fileira do meio. A ansiedade diminuiu com a recepção calorosa e generosa de José, apesar de perguntas inúmeras inundarem meu cérebro:

- Como será a primeira aula? Como será a turma? Como será o professor?

Eu e as perguntas tentávamos conversar. Mas não havia jeito, eu não tinha como respondê-las! Apenas a realidade em si me traria tais respostas. Por falar em realidade, é ela, a grande estrela do Jornalismo Literário (falarei mais sobre isso adiante)!

Por isso decidi que o melhor a fazer é aguardar. Aceitei a sugestão de José. Deixei meus pertences na sala e me dirigi ao térreo.

- Moça, um café puro e forte, por favor! Ah, pode ser num copo descartável?

A atendente da lanchonete foi muito simpática e caprichou no meu pedido. Com o copo em mãos, dirijo-me à saída do prédio. Na frente há dois bancos. Um fica embaixo do toldo do prédio e o outro, na outra ponta da calçada, onde não há coberta. Foi onde sentei, ao lado de um grande vaso, com uma espécie de planta que mais parece árvore, devido a sua altura e fazia-me lembra um pinheiro. Serviu-me de companhia, de tão próximos que estávamos, por isso, não me sentia só!

Em seguida, acendi um cigarro enquanto saboreava o café forte (do jeito que gosto!) , enquanto observava pessoas que pela rua passavam. Umas, estavam realmente de passagem, enquanto que outras entravam no prédio onde aconteceria a primeira aula. Estas, inquietavam os meus neurônios, que insistiam em dialogar:

- Será que é da minha turma?

O tempo em que permaneci no banco fumei mais de um cigarro, fumei vários, aliás! Foi um tempo suficiente para que eu fizesse outra viagem no tempo, desta vez, uma visita ao passado recente!

Tive conhecimento do curso de Jornalismo Literário, ainda no ano de 2011. Época em que, confesso, não estava muito confortável com meu trabalho e a vontade de escrever aumentava cada vez mais. Foi então quando comecei a pesquisar pela Internet cursos de Pós-Graduação na área do jornalismo. Foi assim, a partir de uma inquietação, que descobri que existe um jornalismo diferenciado, humanizado, brilhante - posso dizer – porque me apaixonei por ele, desde que conheci a página do Professor Edvaldo, que você pode conferir aqui.

Fiz contato de imediato. Posso dizer que naveguei pelo site todo e, cada descoberta, tenha sido de uma informação, de um texto, a paixão só vinha a crescer. Crescia de forma rápida e descontrolada, assim como crescem as plantas, quando não são podadas e, cada vez mais, vão adquirindo um tamanho maior e tomando mais espaço! Foi assim com o JL em minha vida!

No entanto, por razões da própria realidade, houve a necessidade de protelar o curso. Foi assim em 2012, em 2013 e também em 2014. Mas, a realidade durante estes anos, não foi o suficiente para que minha paixão terminasse. Ao contrário, ele crescia! Acredito então que transformou-se em amor! Li todos os textos que o Ed disponibiliza em seu site. Pesquisei muito por Jornalismo Literário. Comprei livros, li, estudei por conta própria! Também foi uma época em que cheguei a trocar alguns e-mails com o Ed.

No início deste ano, não teve jeito, fiz a inscrição tão logo que recebi o email anunciando a nova turma! Após a minha inscrição (feita pela Internet), enviei um email ao professor, dizendo que, finalmente, eu iria embarcar nesta viagem! Obtive uma resposta interessante do professor, em que ele dizia algo mais ou menos assim: “até que enfim!, pis você já vinha namorando o Jornalismo Literário há algum tempo!”

Era verdade! Namoramos por 03 anos.

No ato da inscrição, posso então dizer que realizamos um “noivado” e que, ao término do curso, previsto para agosto de 2016, eu e o Jornalismo Literário possamos celebrar nosso “casamento, fazendo juras de “ser fiel aos seus princípios, manter a ética e o respeito, até que a morte nos separe!” E, tudo isto num navio que está sempre a navegar, em busca de novas paradas, com o intuito de descobrir novas realidades!

(Esse é o primeiro, de uma série de relatos sobre a experiência de cursar o único curso de pós-graduação em Jornalismo Literário do Brasil).

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*Ssmaia Abdul é Psicóloga Narrativa com especialização internacional em Práticas Colaborativas. Também é designer de Grupos Colaborativos, escritora e Pós-Graduanda em Jornalismo Literário (2015-2016).

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